Conhecem Robert Fulghum?
Eu conheci-o, ou melhor, descobri-o num Verão, numa das Feiras do Livro da Póvoa de Varzim. Já lá vão uns anitos mas de vez em quando ainda me lembro dele. É que eu não o conheci pessoalmente, não lhe conheci a fisionomia mas a sua alma sei-a de cor, descortinei-a quando li o seu livro que denuncia a sua impressionabilidade como ser humano É que nesta correria de relações humanas, onde ninguém tem tempo para ninguém, onde todos parecem tão previsíveis ainda existem pessoas capazes de nos surpreender.
Atentem só, à sensibilidade deste homem:
“Esta história é um tanto pessoal. Pode parecer um bocado lamechas, ou um tanto melodramática, portanto tenham cuidado. Começou por ser um bilhete para a minha mulher. E, então, eu pensei que também os leitores podem ser casados ou enamorados e que é provável que também sintam, por vezes, o que eu senti nesse dia e que pode ser interessante falar nesse assunto.
Aliás, esta historia nem é bem minha. É a história de Charles Boyer. Lembram-se dele? Era educado, elegante, atraente, não muito alto. Amante das mais belas e famosas estrelas de cinema. Pelo menos em frente ás câmaras e nas crónicas sociais das revistas porque na vida real era muito diferente.
Charles Boyer foi homem de uma só mulher, durante 44 anos. Os seus amigos diziam que ele e a sua mulher, Patrícia, se comportavam como eternos namorados, foram namorados a vida toda. Mas foram, também, amigos, amantes, companheiros, do 1º ao último dia da sua vida em comum.
Um dia, Patrícia, adoeceu com um cancro no fígado. O médico contou toda a verdade a Charles mas ele não teve coragem de dizer à mulher. E durante 6 meses, dia e noite, ficou à sua cabeceira, a ampará-la e a dar-lhe esperança. Sabia que não podia mudar o destino. Ninguém pode evitar o inevitável.
Patrícia morreu nos seus braços e 2 dias depois Charles suicidou-se porque não queria viver sem ela. Chegou mesmo a dizer: « o amor dela representava, para mim, a vida.»
Não, não era um filme. Como já disse, isto é a vida real, a história real da vida real de Charles Boyer.
Não me cabe a mim julgar o modo como encarou o próprio luto mas cabe-me dizer que, de certo modo, o que ele fez comoveu-me e reconfortou-me. Comoveu-me a grandeza do amor no cenário agitado e confuso das relações pessoais numa cidade como Hollywood. E reconfortou-me descobrir que um homem e uma mulher se podem amar tanto… e durante tanto tempo.
Não sei o que faria se fosse confrontado com a mesma situação. (e é aqui que começa a parte pessoal) ( …) É que há momentos em que penso nisso quando olho para o outro lado da sala e, por entre a agitação normal das tarefas domésticas no dia a dia vejo aquela a quem eu chamo de minha mulher, minha amiga e companheira. Percebo então porque é que Charles Boyer fez o que fez. É que é mesmo possível amar tanto quanto ele amou. Sei que é. Podem acreditar. Eu tenho a certeza que é.”
E foi assim, por uns míseros euros (lembro-me do livro ter sido super barato) que descobri Robert Fulghum numa Feira do Livro remota algures à beira mar. Acreditem, todos os Verões têm as suas histórias mas este foi mesmo especial. Não, não foi só por causa do livro mas acreditem… que lá ajudou, ajudou!
Eu conheci-o, ou melhor, descobri-o num Verão, numa das Feiras do Livro da Póvoa de Varzim. Já lá vão uns anitos mas de vez em quando ainda me lembro dele. É que eu não o conheci pessoalmente, não lhe conheci a fisionomia mas a sua alma sei-a de cor, descortinei-a quando li o seu livro que denuncia a sua impressionabilidade como ser humano É que nesta correria de relações humanas, onde ninguém tem tempo para ninguém, onde todos parecem tão previsíveis ainda existem pessoas capazes de nos surpreender.
Atentem só, à sensibilidade deste homem:
“Esta história é um tanto pessoal. Pode parecer um bocado lamechas, ou um tanto melodramática, portanto tenham cuidado. Começou por ser um bilhete para a minha mulher. E, então, eu pensei que também os leitores podem ser casados ou enamorados e que é provável que também sintam, por vezes, o que eu senti nesse dia e que pode ser interessante falar nesse assunto.
Aliás, esta historia nem é bem minha. É a história de Charles Boyer. Lembram-se dele? Era educado, elegante, atraente, não muito alto. Amante das mais belas e famosas estrelas de cinema. Pelo menos em frente ás câmaras e nas crónicas sociais das revistas porque na vida real era muito diferente.
Charles Boyer foi homem de uma só mulher, durante 44 anos. Os seus amigos diziam que ele e a sua mulher, Patrícia, se comportavam como eternos namorados, foram namorados a vida toda. Mas foram, também, amigos, amantes, companheiros, do 1º ao último dia da sua vida em comum.
Um dia, Patrícia, adoeceu com um cancro no fígado. O médico contou toda a verdade a Charles mas ele não teve coragem de dizer à mulher. E durante 6 meses, dia e noite, ficou à sua cabeceira, a ampará-la e a dar-lhe esperança. Sabia que não podia mudar o destino. Ninguém pode evitar o inevitável.
Patrícia morreu nos seus braços e 2 dias depois Charles suicidou-se porque não queria viver sem ela. Chegou mesmo a dizer: « o amor dela representava, para mim, a vida.»
Não, não era um filme. Como já disse, isto é a vida real, a história real da vida real de Charles Boyer.
Não me cabe a mim julgar o modo como encarou o próprio luto mas cabe-me dizer que, de certo modo, o que ele fez comoveu-me e reconfortou-me. Comoveu-me a grandeza do amor no cenário agitado e confuso das relações pessoais numa cidade como Hollywood. E reconfortou-me descobrir que um homem e uma mulher se podem amar tanto… e durante tanto tempo.
Não sei o que faria se fosse confrontado com a mesma situação. (e é aqui que começa a parte pessoal) ( …) É que há momentos em que penso nisso quando olho para o outro lado da sala e, por entre a agitação normal das tarefas domésticas no dia a dia vejo aquela a quem eu chamo de minha mulher, minha amiga e companheira. Percebo então porque é que Charles Boyer fez o que fez. É que é mesmo possível amar tanto quanto ele amou. Sei que é. Podem acreditar. Eu tenho a certeza que é.”
E foi assim, por uns míseros euros (lembro-me do livro ter sido super barato) que descobri Robert Fulghum numa Feira do Livro remota algures à beira mar. Acreditem, todos os Verões têm as suas histórias mas este foi mesmo especial. Não, não foi só por causa do livro mas acreditem… que lá ajudou, ajudou!
E vocês? Partilhem aqui no blog romano alguns dos livros que tenham mudado a vossa maneira de encarar a vida! Não vale dizer que foi o da Carolina Salgado.
Saudações romanescas
2 comentários:
"As palavras que nunca te direi"
AMO!
Gostei muito do livro: "Tudo o que temos cá dentro" do Daniel Sampaio, "Qualquer coisa de bom" de Sveva Casati Modignani.
Enviar um comentário